Imagina uma pessoa que queira contratar um financiamento. Para isso, ela precisa solicitar cotações de diferentes instituições financeiras, uma a uma, atentando-se para aspectos como condições e prazos de pagamento, taxas de juros etc. Só assim ela poderá saber qual o serviço é mais vantajoso para ela.
De acordo com o Banco Central, existem hoje cerca de 1.800 instituições financeiras habilitadas no Brasil, entre bancos, conglomerados, cooperativas de crédito e sociedades de crédito. Portanto, encontrar as tais condições mais vantajosas não é propriamente tarefa fácil…
Imagine agora que uma empresa tem um limite de crédito de R$ 10 mil em um dado banco, no qual possui uma conta bancária há algum tempo. Se essa empresa desejar abrir uma conta em outra instituição bancária, ela perderá esse histórico como cliente desse banco. Com isso, vai ser mais difícil conseguir o mesmo crédito e as mesmas vantagens com os quais conta hoje.
Para facilitar situações como essas, eis que surgiu o conceito de “Open Banking”. Com ele, o cliente pode, por exemplo, enviar solicitações de crédito a todas as instituições que desejar, via aplicativo, de maneira padronizada, rápida, simples e segura. Além disso, esse mesmo cliente pode inclusive usar o seu histórico de crédito construído ao longo do tempo com um dado banco para conseguir melhores taxas de juros ou limites com outras instituições.
É por inovações como essas que o Open Banking tem tudo para revolucionar o mercado financeiro em curto prazo, conferindo muito mais liberdade e comodidade a pessoas físicas e empresas de todos os ramos.
No post de hoje, mostramos em que consiste esse novo conceito, quais são as suas vantagens e como ele vai funcionar aqui no Brasil.
Vem com a gente saber mais sobre este tema tão importante!
O que é o Open Banking?
Em sua tradução literal, a expressão “Open Banking” significa “banco aberto” ou “sistema financeiro aberto”. De acordo com o site Open Banking Brasil, o Open Banking “propicia o compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de APIs (Application Programming Interfaces) por parte de instituições participantes e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
No caso dos dados pessoais, o cliente (pessoa física ou jurídica) é o titular desses dados e decidirá quando e com quem ele deseja compartilhá-los”.
Por outras palavras, o Open Banking parte da ideia de que é necessário abrir – ou seja, alargar – as opções financeiras disponíveis para o consumidor, permitindo que ele tenha mais liberdade sobre o uso dos seus próprios dados.
Para concretizar essa ideia, o Open Banking advoga que todo o mercado financeiro deve adotar uma tecnologia padronizada – os APIs mencionados na definição acima, que simplificam e facilitam a portabilidade de dados entre diferentes instituições.
Portanto, podemos afirmar que esse novo conceito se baseia:
1) no uso de APIs abertas, que permitem que desenvolvedores terceirizados criem aplicativos e serviços padronizados para diferentes instituições financeiras. Com isso, amplia-se a oferta de produtos e serviços financeiros e cria-se mais competitividade no setor;
2) no compartilhamento de dados, a partir da integração de plataformas e infraestruturas tecnológicas dos bancos e instituições participantes, autorizados pelo Banco Central. Com isso, a experiência dos usuários fica muito menos burocrática e mais personalizada;
3) no desenvolvimento de tecnologias de código aberto para alcançar 1) e 2).
Os primórdios do Open Banking remontam a outubro de 2015, quando o Parlamento Europeu adotou uma nova Diretiva de Serviços de Pagamento, conhecida como “PSD2”. As novas regras foram propostas com o objetivo promover o desenvolvimento e o uso de pagamentos online. Desde então, tais inovações têm se espalhado pelo mundo afora, tendo já sido implementadas em países como Reino Unido. No Brasil, a primeira fase do Open Banking teve início em fevereiro de 2021, conforme mostramos adiante.
O que são as APIs?
Dizer que, no Open Banking, as soluções são padronizadas não significa que toda a tecnologia, de todas as instituições, será a mesma. O que acontece, na verdade, é uma camada dessa tecnologia será capaz de “conversar” com todas as plataformas do sistema, caso o cliente queira levar o seu histórico para outra instituição ou compartilhá-lo com algum serviço externo – por exemplo, um aplicativo de controle de gastos.
As APIs são parte essencial desse processo. Elas funcionam como uma “área compartilhada” para que vários sistemas se comuniquem entre si. Sabe quando você faz seu login em uma loja usando o seu o perfil de uma rede social? Então, nessa hora, você está usando uma API.
Do mesmo modo, o Open Banking advoga o que todo o mercado financeiro use APIs abertas. Cada instituição continua tendo autonomia para desenvolver os seus próprios produtos, mas sempre usando uma forma padroniza de fazer com que eles “conversem” com os de outras instituições.
Quais são as vantagens do Open Banking?
Podemos afirmar que as vantagens do Open Banking são:
– Mais liberdade para os clientes: o usuário brasileiro associa banco a burocracia. O Open Banking pretende mudar essa realidade, permitindo ao cliente migrar os seus dados para as instituições que desejar.
– Menos custos: as APIs que descrevemos anteriormente criam um sistema integrado, descartando a necessidade de intermediários e tornando os processos mais rápidos e baratos.
– Mais competição: o Open Banking torna um setor muitas vezes tido como monopolizado muito mais competitivo, ao reduzir barreira de entrada para novos serviços e produtos. Para o usuário, é mais variedade!
– Mais segurança: o cliente passa a dispor de um ambiente seguro e com um maior controle sobre suas informações, decidindo quais deseja, de fato, compartilhar.
Como está o Open Banking no Brasil?
No Brasil, o Banco Central definiu um cronograma de implementação do Open Banking. A primeira fase teve início em fevereiro de 2021 e nela foram abertos os dados das instituições participantes, seus canais de atendimento e os produtos e serviços que oferecem. Na segunda fase, que tem início marcado para 15 de julho de 2021, o cliente, caso deseje, passa a poder compartilhar seus dados cadastrais relacionados a uma conta com outras instituições financeiras.
Na terceira fase, prevista para agosto de 2021, clientes poderão fazer pagamentos fora do ambiente de seus bancos, compartilhar o histórico de informações financeiras e ter acesso a serviços como pagamentos e propostas de crédito por um aplicativo de mensagem.
Na última fase, que terá início em 15 de dezembro de 2021, será possível o compartilhamento de outros dados de produtos e serviços, como informações relacionadas a operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência.
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